quinta-feira, 19 de abril de 2007

Enfim... Chegamos ao INCA...

Em 10 de Janeiro de 2007 chegamos ao Instituto Nacional do Cance(http://www.inca.gov.br). O INCA é uma intituição pública federal, veinculada ao ministério da saúde, criada em 1937 por Getúlio Vargas e é hoje um dos maiores centros de Oncologia do mundo, seu edifício sede se encontra na Praça da Cruz Vermelha, no centro do Rio de Janeiro. O INCA este ano completa 70 anos...
Tudo aqui, desde o começo, me supreendeu... todos os médicos são conceituadíssimos e a assistência para os pacientes fora de série... Todas, desde a portaria ao mais importante médico lhe tratam com carinho e cordialidade... bem diferente do que estava acostumado no Recife...
Fomos falar direto do HC1 (como é conhecido o edificio sede), Dr. Emannuel Torquato, que posteriormente nos apresentou ao Dr. Décio Lerner, chefe do CEMO (Centro de Estudos da Medula Óssea), onde eu iria me tratar...

Hoje dou graças a deus por ter vindo para aqui... o CEMO já realizou mais de 1000 transplantes... conheci a primeira transplantada do país, hoje com 27 anos e muito bem obrigado...

Mas uma vez a impressão foi ótima de tudo: os médicos, os enfermeiros, a estrutura hospitalar...

Fui atendido 2 dias depois pela Dr. Joana Souza. Apesar de ser uma médica jovem, demonstrou muita experiencia e segurança no que estava falando e nos explicou direitinho o que seria o tratamento.

Ela explicou que apesar de não ter doença naquele momento, ela poderia voltar a qualquer momento por estar resistindo ao tratamento convencional... por conta disso, o trasplante foi indicado. Antes de tudo: apesar do nome, o tranplante de medula não um procedimento cirurgico... pelo contrário... funciona como uma tranfusão de sangue comum... mas pq é algo tão serio...? bem... vou explicar direitinho:

- O tratamento nada mais é que um super-quimioterapia , que por conta das altíssímas dosagens debilita a medula por tanto tempo, que se fossemos deixa-la recuperar naturalmente, provavelmente o paciente teria que passar anos isolado... então é injetado células tronco do tecido hematopoético... essas células é que vão recompor a medula...

- Se chama transplante por que antigamente era feito apenas para problemas hematologicos, no qual a medula tinha alguma deficiencia... entao era preciso "trocar a medula" por a de um doador compatível... e esse era o que trazia (e o que ainda traz...) grandes problemas... por isso o transplantado ficava durante 6 meses em acompanhamento intensivo, até começar voltar a sua vida normal... vou dedicar um post só a esses problemas...

- No meu caso, o problema nao é hematologico... é de um tumor embrionário e sólido que deveria ter se resolvido com o tratamento convencional... o que vai ser fazer agora é um tratamento bem mais forte que o que já fiz... e para recompor medula vai ser infundida minha propria medula coletada anteriormente... é como chamo "fazer um backup" da medula... :)
- Depois do transplante autologo (como é chamado quando o doador é o proprio paciente), eu ficaria em observação durante alguns meses... e depois poderia voltar a minha vida normal...

A colocação do cateter

Para quem faz um tratamento invasivo (resumindo precisa ser "furado" várias vezes por agulhas e aplicações) acredito que não existe invenção melhor do que está aí de cima... É um catetér de aferese. Esse "tubinho" de plástico é conectado atravéz de cirurgia a uma veia de grosso calibre... existem vários tipos. Existe um que fica dentro da pele e que chamamos de cateter totalmente implantado, ele pode ficar vários anos dentro da pessoa desde que todos os meses seja eparenizado ( é a colocação de um produto anti-coagulante, e eparina...). Esse cateter tem um baixo fluxo, por isso só é ultilizado em tratamentos de quimio convencionais...
No caso do transplante é usado um cateter de mais grosso calibre, parecido com esse aí de cima... esse tipo de cateter fica semi-implantado... quer dizer que esses tubinhos aí (azul e vermelho) ficam de fora... Sendo esse o grande problema, o risco de infecção é enorme... por isso tem que sempre estar trocando o curativo e monitorando febre reações diferentes. Para saber mis sobre catéteres clique aqui : http://www.ccih.med.br/guia-vascular4.html
A colocação do meu cateter ocorreu sem problemas. Tive que ir para o bloco cirurgico, mas só tomei anestesia local. O encomodo é que eu tinha que ver tudo que tava acontecendo... mas o médico era bonzinho e sabia de tudo que ia acontecer (vai dor aqui, aí doia, vai doer alí, alí doia...)
então ele pegou a veia sub-clavica direita... ficou doido alguns dias... mas nada insuportável...

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